A península do Lucatão (Yucatán em espanhol) é muito provavelmente a zona mais bem conhecida do México por parte dos europeus e sobretudo pelos estadounidenses. Tem zonas construidas para os turistas, sem ligação às tradições e raízes culturais do país, tal como a zona hoteleira de Cancun ou a Playa del Carmen. Esta última é uma espécie de Albufeira criada para que o turista, longe de casa, desenraizado da sua rotina e da sua cultura se sinta afinal estranhamente em casa. Com as suas ruas de restaurantes e bares, em nada difere de todos esses sítios que apenas servem os interesses do turista desinteressado pelo país. Mas tem sobretudo os impressionantes e abundantes sítios arqueológicos Maias. Uxmal, Calakmul, Tulum e o mais conhecido Chichén Itzá. Destes, apenas Tulum não é património mundial pela UNESCO. No entanto, porque é o único construido numa pequena falésia sobre o mar, torna-se um sítio deveras único.
Mas há muitos, muitos outros sítios arqueológicos menos visitados como Cobá, Ek Balá, Kabáh ou mesmo os dois na zona hoteleira de Cancun (um sítio pequeno e outro com apenas uma ruína sobre a praia e entalado entre hoteis) que passa literalmente ao lado da larguíssima maioria das pessoas que aí passam as férias.
Para além dos sítios arqueológicos Maias, autêntica demonstração do nível de desenvolvimento desta civilização pré-colombiana, há obviamente os próprios descendentes dos Maias que a elite de origem europeia sempre tem descartado. A fotografia foi tirada numa visita a uma família de origem Maia e que ainda mantém a simplicidade da vida de quem está em muito mais sintonia com o seu meio-ambiente. Foi tirada junto à porta de entrada da sua cozinha que já se recusava a obedecer a essas leis da esquadria e da simetria.
A foto em que se vê a dona da casa com um traje tradicional resultaria bem convertida a preto e branco. No entanto tiraria o tom da terra tanto à pele como à madeira da habitação e removeria a ligação íntima que existe entre estes três elementos.