Nunca antes tinha visitado Sagres e como bom português que quer ser conhecedor da sua História e das suas estórias, teria que um dia visitar Sagres. A zona da fortaleza teve para mim um interesse estético restrito, mas porque daí se avista um farol por entre os recortes da falésia (o farol do Cabo de São Vicente), o meu interesse rapidamente mudou de sentido.
A zona do farol é um local ventoso, de chão calcário, cinzento, muito irregular e praticamente despojado de vegetação, mas tem bonitas falésias recortadas por um mar que desaparece longe no horizonte. É no entanto de muito fácil acesso podendo ir-se de carro. Com o pôr do sol a aproximar-se deparei-me com uma multidão que já se encontrava no local esperando que o sol desaparecesse no mar.
Tendo em conta que a visita não ocorreu durante o verão, deparei-me inesperadamente com uma multidão a contemplar o pôr do sol de uma forma muito tranquila. Com o farol que em breve ligou a sua luz, o local era muito apaziguador e porque aconteceu de forma completamente imprevista teve um impacto maior. Não fui obviamente o único a sentir assim o momento. Houve até quem batesse palmas celebrando mais um bonito milagre diário.
Aproveitei o ambiente zen para fazer umas fotos do local e já depois do sol ter desaparecido, deparei-me com a lua no lado oposto que acordara fazia pouco tempo e fez deslocar a atenção de algumas pessoas para terra. Depois de mais um pôr do sol do qual resultaria muito facilmente mais uma fotografia vulgar, reparei que as pessoas (as pessoas, sempre as pessoas!) e a lua eram afinal muito mais interessantes…