No concelho de Montalegre há uma freguesia chamada de Pitões das Júnias que fica colada a Espanha e em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, o único parque nacional português. A pequena aldeia pitoresca com o mesmo nome e que apesar de tudo e da emigração ao longo dos anos conseguiu ainda manter-se fiel às suas origens graníticas e aos seus costumes que respondem às asperezas da vida em terra alta, fria e inóspita. A organização social com o seu forno comunitário são ainda prova material da capacidade de organização e de entre-ajuda solidária destas pessoas e é por isto tudo que é uma das mais visitadas do concelho.
De fácil acesso a partir de Montalegre, dista desta vila uma vintena de quilómetros e constitui um magnifico passeio. Na primavera com o seus tapetes de urze, de tojo e de giesta mancha o cinzento do granito coberto de líquenes e o fundo verde do resto da vegetação rasteira com o rosa/roxo e amarelo das suas flores. Um dia terei certamente de lá voltar no inverno com as primeiras neves…
Na zona ficam ainda outros sítios dignos de visita, tal como o Mosteiro de Santa Maria das Júnias ou a cascata de Pitões das Júnias alimentada pelo ribeiro de Pitões.
Negrões, la mémoire blanche
A vila de Montalegre tem ainda duas grandes atracções periódicas. Uma delas é a feira anual do fumeiro e a outra a sexta-feira treze. Esta última, dependendo do ano, pode teimar em ocorrer por várias vezes e será alvo de um futuro post. E porque afinal isto vem tudo a propósito de fotografias, há um livro de Gérald Fourel, com texto de Gilles Cervera chamado Negrões, la mémoire blanche/memória branca que por grande desgosto ainda não consegui obter um exemplar. Negrões é uma pequenina aldeia também a cerca de uma vintena de quilómetros de Montalegre que se estende sobre o rio Rabagão numa pequena língua de terra.