Avec le temps…
Avec le temps, va, tout s’en va
On oublie le visage et l’on oublie la voix…
O outono nas zonas de florestas com árvores de folha caduca é de uma beleza simples, de enorme diversidade, naturalmente colorido e, apesar da época, não me produz a profunda nostalgia do inverno sem neve. Aviso de que o verão e as férias já se foram há muito e que está a chegar o frio do inverno é, tal como a primavera, uma estação de profundas alterações.
Desde o tempo das passagens pelo parque Aquilino Ribeiro nas idas para o Liceu Alves Martins até aos dois anos que passei na Alemanha, sempre foi uma alegria caminhar por entre as folhas de tons outonais e feito jogador com mil bolas ir andando enquanto pontapeava as folhas que tinham morrido nessa noite. Infelizmente em Viseu as folhas não se amontoavam tanto como na Alemanha porque a câmara tinha varredores residentes que infelizmente as removiam diariamente.
Hanami na primavera e momijigari no outono
No Canada com as suas imensas florestas de folha caduca, o espectáculo outonal parece ser absolutamente majestoso e adorava um dia poder presenciar esta mudança sazonal. A este, há no entanto um outro país que levou a admiração pelas transformações sazonais a outro extremo, o Japão.
Para além da tradição Japonesa de ir ver as cerejeiras em flor na primavera para o qual inventaram a palavra hanami, têm também a tradição de ir ver as folhas das árvores a ficarem vermelhas, amarelas ou castanhas. A esta actividade chamam-lhe de momijigari e no Japão começa no norte em meados de setembro na ilha de Hokkaido e durante os cerca de dois meses seguintes desce no arquipélago gradualmente para sul. Admito que tenho uma certa admiração por uma sociedade que consegue tirar tanto prazer em algo tão simples e belo.
A fotografia foi tirada no parque Wolfskehl’schede de Darmstadt.