Mühle am Wall, Bremen, Alemanha, 2012

If the person looking at these pictures only feels compassion, I will believe that I have failed completely. I want people to understand that we can have a solution.

Very few of the persons photographed are responsible for the situation that they are now in. Most of them don’t understand why they are on the road with thousands of others. They lost their houses at the end of the last brick, because they were bombed, fired, destroyed, and they are in the road and they don’t understand why.

They are not the reason for their being there; it is other things. And about these other things we have to choose.

Parte de uma conversa entre Sebastião Salgado e John Berger. Publicada no livro “Understanding a photograph”, John Berger, Penguin, 2013.

 

Ai Weiwei é um artista plástico chinês que muito lamentavelmente conheço mal. No entanto, do conjunto absolutamente extraordinário de obras presentes no pequenino museu que é o MMK Museum für Moderne Kunst (museu de arte moderna de Frankfurt) e cujo edifício foi brilhantemente concebido para aproveitar o espaço que é do formato de uma pequenina fatia de tarte, houve uma obra de Ai Weiwei e Serge Spitzer intitulada Ghost Gu Coming Down the Mountain que me ficou irremediavelmente entranhada na memória. Numa sala relativamente grande quando comparadas com as restantes, um conjunto de potes de porcelana chinesa alinhados e igualmente espaçados formam uma quadrícula de potes no chão. Cada pote tem parte da sua parede externa decorada a azul. Dependendo da posição do pote, este tem uma superfície maior ou menor pintada. A orientação relativa da face pintada foi também criteriosamente organizada de modo a que quando nos deslocamos à volta e ao longo do quadrado de potes, a obra ganha vida e muda de aspecto. Extraordinariamente simples, brilhantemente eficaz!

A juntar a isto, Ai Weiwei para além de outras coisas é também um activista. É um homem que toma partido por causas que deveriam mas que infelizmente não são de todos. A última tem sido em defesa da vaga de refugiados que têm chegado à Europa e tem, através da sua arte, chamado a atenção para este drama. Ai Weiwei tem, com toda a razão, criticado veementemente a forma desumana e grotesca de acolhimento dos refugiados. Colocar pulseiras coloridas, pintar portas, confiscar os parcos bens e demais iniciativas nazi-fascistas têm sido propostas e levadas à prática por países europeus ditos de “democráticos”. Se já tinha toda a minha atenção como artista, tem também agora o meu respeito e consideração enquanto Homem pelas suas tomadas de posição em defesa dos refugiados.

Mühle am Wall

Mühle am Wall é um dos nomes por que é conhecido o moinho de vento situado entre a estação principal/central de Bremen (hauptbahnhof) e o centro da cidade. Fica localizado no parque Wallanlagen onde estavam situadas as antigas muralhas da cidade. Este moinho de vento aloja um restaurante e constitui um óptimo local para descontrair.

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